quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Tratado sobre a Verdade Natural nos Tempos Antigos I

Um pouquinho sobre o livro do Imperador Amarelo, que para muitos que vier a ler pode ser incompreensivel
fala um pouquinho sobre o Tao e claro a Medicina Tradicional Chinesa (MTC)
uma leitura muito interessante.

Uma vez, o Imperador Amarelo dirigiu-se a T’ien Shih, o mestre divinamente inspirado, no seguintes termos:
- Ouvi dizer que nos tempos antigos as pessoas viviam mais de um século e mesmo assim permaneciam ativas e não se tornavam decrépitas nas suas atividades. Hoje em dia, porém, as pessoas só vivem metade desses anos e mesmo assim tornam-se decrépitas e débeis. É porque o Mundo muda de geração para geração? Ou será porque a espécie humana está negligenciando as Leis da Natureza?

E Ch’i Po respondeu:
- Antigamente, essas pessoas que compreendiam o Tao moldavam-se de acordo com o Yin e o Yang e viviam em harmonia com as artes da adivinhação.
Havia temperança no comer e no beber. As suas horas de levantar e recolher eram regulares e não desordenadas e ao acaso. Graças a isso, os antigos conservavam os seus corpos unidos às suas almas, a fim de cumprirem por completo o período de vida que lhes estava destinado, contando cem anos antes do passamento.

Reprimiam a vontade e reduziam os desejos; os seus corações estavam em paz e sem qualquer medo; os seus corpos labutavam e, contudo, não sentiam fadiga.
O seu espírito respeitava a harmonia e a obediência, estava tudo de acordo com os seus desejos e conseguiam o que quer que desejassem. Achavam excelente qualquer espécie de comida e qualquer espécie de vestuário os satisfazia. Sentiam-se felizes em todas as circunstâncias. Para eles, não importava que um homem ocupasse na vida uma posição elevada ou inferior. A homens assim se pode chamar puros de coração. Não há desejo capaz de tentar os olhos destas pessoas puras e sua mente não pode ser desencaminhada pelos excessos nem pelo mal.
Numa sociedade assim, quer os homens sejam sensatos, quer idiotas, quer virtuosos, quer maus, não tem medo de nada, estão de harmonia com o Tao, O Caminho Certo. Por isso, os antigos viviam mais de um século e permaneciam ativos e sem se tornarem decrépitos, porque a sua virtude era perfeita e nada jamais a punha em perigo.

Hoje em dia, as pessoas não são assim; uilizam o vinho como bebida e adotam a temeridade e a negligência como comportamento habitual. Entram na câmara do amor em estado de embriaguez; as paixões exaurem-lhes as forças vitais; o ardor dos desejos dissipa-lhes a verdadeira essência; não são hábeis na regulação da sua vitalidade. Devotam toda atenção ao divertimento dos seus espíritos, desviando-se assim das alegrias da longa vida. Levantam-se e deitam-se sem regularidade. Por tais razões só chegam a metade de cem anos e degeneram.

Espero que muitos tenham aproveitado esse pedacinhu de  leitura para pensar em algumas coisas...

Agradeço aí à Alessandro Zamboti e ao Zhen Jiu

2 comentários:

  1. Adorei o texto !! Ele expressa exatamente o comportamento da maioria dos humanos no mundo atual. Os prazeres tomam contam da nossa mente nós tirando o prazer de viver em harmonia.
    Namaste !! Amiga

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  2. Obrigada Ana! =}
    continue acompanhando, postarei mais sobre o livro do imperador em breve
    Namastê!

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